Entendendo a Norma ABNT NBR 17169

O ARLA 32 é regulado por diversas normas técnicas devido à necessidade de manter a qualidade da solução e evitar a contaminação por compostos que possam prejudicar o desempenho dos catalisadores dos veículos. A norma ABNT NBR 17169 – Veículos rodoviários — ARLA 32 — Teor de aldeído — Método de ensaio, publicada em maio de 2024, especifica a metodologia analítica para identificar, através de uma avaliação visual, a presença de aldeídos, um parâmetro crítico porque a presença desses compostos pode comprometer a eficiência do sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva) utilizado em motores a diesel. Esse teste foi adotado pelo IBAMA, Inmetro e a PRF como referência em suas fiscalizações ao ARLA 32 de fabricantes e distribuidores no país.

A norma 17169 surgiu através do desenvolvimento de um método de ensaio do componente aldeído pela Usiquímica, empresa fabricante de ARLA 32, em conjunto com um grupo de estudo da ABNT, que estruturou e validou os critérios de ensaio e avaliação.

O Contexto que Motivou a Criação da Norma NBR 17169

O ARLA 32 é uma solução composta de 32,5% de ureia de alta pureza dissolvida em água desmineralizada. Seu uso é essencial em motores diesel equipados com a tecnologia SCR (Selective Catalytic Reduction), que converte óxidos de nitrogênio (NOx) em nitrogênio e vapor d’água, ambos inofensivos para o meio ambiente.

A principal matéria prima do ARLA 32 é a ureia automotiva, que possui apenas “(…) traços de biureto, amônia e água, é isenta de aldeídos ou outras substâncias (…)” – ISO 22241-2, item 3.2 – nota. Entretanto, essa commoditie tem enfrentado escassez no mercado mundial, impulsionada pela alta demanda asiática e pelas recentes guerras envolvendo países exportadores, como Rússia e Ucrânia. Além disso, conflitos em nações do Oriente Médio agravam o cenário de instabilidade. No Brasil, a situação se complicou com o fechamento das plantas da Petrobrás que produziam ureia automotiva, forçando os fabricantes de ARLA 32 a importar toda a ureia necessária para sua produção.

Diante dessa crise de oferta, alguns fabricantes de ARLA 32 vem substituindo a ureia automotiva por ureia agrícola, um insumo voltado para o uso na agricultura e inadequado para a fabricação do produto. Embora essa prática possa parecer uma solução economicamente vantajosa, é lesiva e é crime, uma vez que a ureia agrícola traz sérias consequências para o meio ambiente e para o funcionamento dos veículos.

Impactos do Uso Indevido de Ureia Agrícola no ARLA 32:

  • Contaminação por formaldeído: A ureia fertilizante contém formaldeído, utilizado como estabilizante, o que prejudica a eficiência do sistema SCR. A presença desse aldeído interfere na reação de redução dos NOx, aumentando a emissão de poluentes;
  • Danos aos veículos: As impurezas presentes na ureia agrícola comprometem o desempenho do sistema SCR (Selective Catalytic Reduction) dos veículos, reduzindo a eficiência na redução das emissões de NOx e causando falhas e até danos permanentes, que podem levar à necessidade de substituição de todo o sistema.

Em última análise, o uso inadequado de ureia agrícola não apenas viola normas ambientais e técnicas, mas também representa um risco legal e econômico, ao promover a concorrência desleal no mercado e comprometer a integridade ambiental do ARLA 32.

A Importância da Norma 17169

Imagem: Ação do Ibama, PRF e Receita Federal desmantela fabricação ilegal de Arla 32 em MG. O Teste de Aldeído estabelecido na Norma 17169 foi adotado como referência nestas fiscalizações. Créditos: Ibama.

A ABNT NBR 17169 tem como principal foco garantir que o ARLA 32 esteja livre de aldeídos em concentrações que possam prejudicar a eficácia do ARLA 32. A norma especifica o método de ensaio, bem como a aparelhagem, os reagentes e as soluções necessárias para sua realização. O limite máximo de aldeídos permitido é de 5 mg/kg, conforme a Instrução Normativa IBAMA n° 23/2009, ao passo que os percentuais encontrados desse componente em ureias agrícolas podem chegar à 150 mg/kg. Fica claro que o teste de aldeído, antes restrito apenas a laboratórios especializados, desempenha um papel crucial na regulação e controle da qualidade do ARLA 32, ajudando a combater a adulteração do produto.

Os resultados dos ensaios não são expressos de forma quantitativa, mas por meio de avaliação visual da coloração da amostra de ureia em comparação com padrões predefinidos.

Manuseio e Cuidados Na Realização dos Ensaios:

É essencial que o profissional responsável pelos ensaios descritos na norma esteja ciente dos potenciais riscos envolvidos na manipulação dos materiais e possua o conhecimento necessário para conduzir o processo com segurança e precisão.

Como a Merkato pode ajudar?

A Merkato é uma consultoria técnica especializada em ARLA 32 que auxilia empresas de todo o Brasil a realizar o teste de aldeído seguindo os critérios estabelecidos na norma 17169, através de treinamento técnico e assessoria para aquisição de insumos e aparelhagem adequados.

Entre em contato com a Merkato Consultoria através desse link e solicite atendimento. Será um prazer atender você!

Faustino Júnior – LinkedIn: faustinojunior | Instagram: @admfaustinojunior
Administrador de Empresas, Consultor Sênior na Merkato, Auditor Líder ISO 9001/14001/45001/22000. Especialista em ARLA 32, desenvolve projetos de ARLA 32 para empresas em todo o Brasil.

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