Brasil atinge marca histórica de 5 milhões de caminhões produzidos

A indústria brasileira de veículos comemorou um importante marco em janeiro de 2023: a produção de 5 milhões de caminhões. A marca foi alcançada graças à contribuição de inúmeras empresas do setor, que ao longo dos anos têm desenvolvido tecnologias e soluções inovadoras para atender às demandas do mercado.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) foi a responsável por anunciar o número histórico. Segundo a entidade, o volume de produção de caminhões no país cresceu exponencialmente nas últimas décadas, passando de algumas centenas de unidades nos anos 1950 para milhares em 2023. Isso é reflexo da importância do setor de transporte rodoviário para a economia brasileira, que movimenta cerca de 60% das cargas no país.

A indústria automotiva brasileira é responsável por gerar empregos, movimentar a economia, além de ser um importante instrumento de desenvolvimento do país. E, para atender às necessidades dos clientes e do mercado, as empresas têm investido em tecnologia e inovação, trazendo soluções cada vez mais eficientes e sustentáveis.

Um exemplo de tecnologia que vem ganhando espaço no setor de transporte é o uso do ARLA 32, que ajuda a reduzir as emissões de poluentes pelos veículos a diesel. Essa solução, aliada a motores mais eficientes e tecnologias de redução de peso, tem permitido aos caminhões serem mais sustentáveis, sem comprometer a sua performance.

Motores menos poluentes e mais eficientes:

Segundo Aníbal Machado, engenheiro da Comissão Tecnologia Diesel da SAE Brasil, a chegada da eletrônica embarcada nos motores foi um grande avanço da indústria nacional, que até então trabalhava com motores mecânicos e alguns com injeção eletrônica. Desde 2012 os motores possuem nível de tecnologia cada vez maior e, agora, a partir de 2023, também se tornaram mais eficientes para reduzir as emissões e atender às novas normas da fase P8 do PROCONVE – Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores , em vigor desde janeiro:

“Até meados dos anos 1990, quando começou a se estreitar a legislação de emissões, não tínhamos controle dos gases emitidos pelos caminhões. Saímos desse cenário para a fase P3 do PROCONVE em 1996, que era o equivalente ao Euro 2 na Europa. Outra grande mudança aconteceu em 2012, com a chegada do gerenciamento eletrônico dos motores, para atender a fase P7 do PROCONVE, no mesmo nível do Euro 5.” Aníbal Machado*

Os Sistemas de Pós-Tratamento dos gases emitidos pelo motor também começaram a chegar em 2012. Desde então ouvimos falar em novas tecnologias, como o Sistema de Redução Catalítica Seletiva – SCR (que faz uso de ARLA 32) e o Sistema de Recirculação dos Gases de Escape – EGR, ambas visando atender a legislação de emissões vigente. A partir de 2023, com o controle de emissões cada vez mais rígido, os motores produzidos no Brasil receberam um aprimoramento dessas tecnologias, como a combinação de ambas (SCR e EGR) em alguns veículos e o uso mais abrangente de ARLA 32, que agora está presente nos veículos pesados, em veículos agrícolas e de construção,  e até veículos leves, como SUVs e caminhonetes, por exemplo. Para Machado a fase P8 do PROCONVE aproxima muito o nível dos motores de cada montadora além de colocar a indústria nacional no mesmo patamar da global, o que poderá trazer oportunidades.

Rumo aos 10 milhões

A marca de 5 milhões de caminhões produzidos no Brasil é uma conquista importante para a indústria automobilística e para a economia do país como um todo. Esse número representa uma prova da capacidade produtiva e da qualidade dos veículos fabricados no Brasil. Além disso, essa marca demonstra o potencial de crescimento da indústria nacional, que pode ampliar suas vendas e consolidar sua posição no mercado internacional.

Para que a indústria brasileira de caminhões continue a crescer e se desenvolver, é preciso investir em tecnologia e inovação. É fundamental que as empresas do setor invistam em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar a qualidade de seus produtos e torná-los mais competitivos no mercado. Além disso, é importante que o governo brasileiro crie políticas públicas que incentivem o crescimento da indústria automobilística.

Na visão da Anfavea, para chegar aos 10 milhões de veículos produzidos o prazo deverá ser menor porque o ritmo atual da indústria é bem maior do que no começo.

Autor:

Faustino Júnior – LinkedIn: faustinojunior | Instagram: @admfaustinojunior

Administrador de Empresas, Consultor Sênior na Merkato, Auditor Líder ISO 9001/14001/45001/22000, Especialista em ARLA 32, desenvolve projetos de ARLA 32 para empresas em todo o Brasil.

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* Entrevista Aníbal Machado para a Auto Data

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